Novo conceito para lojas Alexandre Herchcovitch

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No interior da loja, pintura em degradê em tons de cinza faz o grafismo que conduz à área do caixa, em branco e com forte incidência de luz natural
Chantal e Tito Ficarelli assinam o projeto da nova loja de Alexandre Herchcovitch, na região dos Jardins, em São Paulo. A proposta adaptou um espaço preexistente e buscou inspiração no trabalho do próprio estilista, que também desenvolve coleções de móveis, tapeçarias, bolsas, malas, tecidos para decoração e até peças de enxoval. A identidade é dada por faixas em degradê que marcam as áreas da loja, do preto na fachada ao branco no extremo oposto à entrada.
Expositor feito com portas de madeira
pintada e tubos hidráulicos com
lâmpadas em suas extremidades
A produção de Alexandre Herchcovitch inspirou os arquitetos Chantal e Tito Ficarelli, que tomaram os grafismos como referência para elaborar o cenário neutro que faz o pano de fundo para as criações do estilista em sua loja.
Eles partiram da ideia de um galpão industrial e decidiram intervir minimamente no espaço preexistente, apenas acrescentando elementos que dessem personalidade ao interior da construção de dois pavimentos.
A fachada ganhou pintura preta no nível do térreo e brise feito com cantoneiras de aço para proteger a abertura do piso superior.
“É um material mais resistente que o alumínio e permitiu dispensar a estrutura horizontal”, diz Tito para justificar a escolha. Internamente não há divisões físicas.
No piso superior misturam-se roupas e outros itens que levam a
assinatura do estilista, como o tapete, as mesas e os edredons.
A loja é setorizada pelas faixas em degradê que começam com o preto da fachada e avançam na forma de um corredor escuro que vai clareando sutilmente até o branco dos fundos da loja, onde a área do caixa é valorizada por pé-direito duplo e pela luz zenital que atravessa um toldo branco.
Os expositores para edredons e tapetes são os mesmos paletes
industriais usados para guardar os tecidos na fábrica
Os únicos elementos que fogem do despojamento da linguagem bruta predominante são os provadores, aquecidos por carpete, paredes com pintura em tom perolado e grandes portas pivotantes com espelhos na face interna.
Para ter iluminação de destaque e dar mais flexibilidade às mudanças de layout que acontecem a cada estação, os profissionais especificaram luminárias em sistema de trilhos instalado no forro.
O brise de aço bruto tem contraponto
no vidro jateado instalado internamente
Diversas mesas expositoras foram desenhadas pelos arquitetos, que usaram matérias‑primas inusitadas, como portas de madeira pintada e tubos hidráulicos, para criar móveis exclusivos.
Alguns desses expositores possuem lâmpadas PAR 20 na própria tubulação a fim de dar a iluminação de destaque para os produtos à venda.
Eclética, a composição do mobiliário ainda mescla itens como a mesa branca de antiquário que faz o papel de balcão na área do caixa e os bancos e expositores usados em desfiles, que ficam na entrada da loja somente por uma temporada.
O piso superior abre-se para a área de pé-direito duplo no térreo
e se beneficia da luz que incide pela cobertura
de vidro protegida por toldo branco
As araras e os suportes para pendurar roupas nas paredes usam ferragens antigas ou são feitos com tubos e conexões hidráulicos.
Além da coleção de roupas, o piso superior abre espaço para outros elementos assinados por Herchcovitch, como tapetes, móveis e edredons.
Os itens maiores ficam expostos em paletes industriais, exatamente iguais aos usados para guardar os tecidos da confecção.
Mais claro que o térreo, este piso recebe a luz natural que atravessa os brises e o vidro jateado da fachada e se abre para o átrio de pé-direito duplo da área do caixa.
A logomarca de Alexandre Herchcovitch foi fixada sobre o brise feito de cantoneiras de aço
Ficha técnica


Loja Alexandre Herchcovitch
Local São Paulo, SP
Início do projeto 2011
Conclusão da obra 2011
Área de intervenção 400 m²
Interiores e luminotécnica Arkitito – Chantal e Tito Ficarelli (autores); Flávia Ghirotto, Mariana Olha, Bruno Lucas e Andrea Benatti (colaboradores)
Texto Nanci Corbioli – ProjetoDesign Ed.378 08/2011                                                            
Fotos Francesca Dorsa 
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